
Por Karoline Lopes – fundadora da BienViver | Mentora em transição de vida e carreira
Mudar de país é mais do que uma escolha: é uma transformação
Eu tinha acabado de chegar ao México. Era uma tarde de quinta-feira, e eu, meu marido e nosso filho de 1 ano e 9 meses fomos ao supermercado.
Aliás, o supermercado já tinha sido o primeiro “choque de realidade” no dia anterior. “Uau, vou chegar em um novo país, com um bebê, indo para um flat — ótimo pela estrutura — mas não vai ter uma água pra beber, uma fruta pra dar.”
A vida de mulher expatriada é cheia desses momentos inesperados. No começo, eles me causavam frio na barriga, um aperto no peito, um certo desespero. Quando se está em um país desconhecido, até encontrar o supermercado pode ser um desafio. E quando finalmente se chega lá, até escolher o leite dá calafrios.
Naquela quinta-feira, ao descer do carro, fui surpreendida por um som de farfalhar de folhas. Olhei para o céu e vi uma revoada de pássaros voando bem baixo, em sincronia. Eles dançavam no ar, em perfeita harmonia — seguindo juntos sua rota de migração.
Mudanças e migrações: o simbolismo da transição
A natureza tem dessas coisas que nos tocam. Ou, como no meu caso, nos fazem querer tentar filmar e tirar fotos — que foi exatamente o que eu fiz.
A natureza tem uma forma sábia de nos ensinar sobre ciclos e processos. Nos faz parar por um minuto e simplesmente admirar em silêncio. E agora, buscando inspiração para começar essa conversa, me lembrei daquele vídeo que fiz naquela quinta-feira que cheguei ao México. Simbólico demais para não ser resgatado.
Não sou especialista em aves, mas sei o básico: elas migram em busca de climas mais amenos, alimento, melhores condições para viver e se reproduzir. Elas seguem esse movimento algumas vezes por ano, todos os anos. E nós, seres humanos, também migramos: de casa, de cidade, de carreira, de identidade.
Já se passaram mais de dois anos desde que me mudei para o México. Antes disso, vivi em outros dois países, fora o Brasil – e cada mudança trouxe seus aprendizados. Talvez você que está lendo também esteja vivendo um processo de mudança de vida.
O que nos leva a mudar?
Tomar uma decisão de mudança pode levar tempo — ou não. Mas, em ambos os casos, perceber o que te move, o que te chama, o que te impulsiona para o novo, pode ser o que traz mais clareza e segurança pra seguir.
Mesmo quando a motivação vem de fora — como acompanhar o marido numa expatriação — ainda assim vale perguntar:
- O que está me movendo?
- Que sentimentos meus me fazem ir?
- Onde quero chegar com essa mudança a que estou me propondo?
- Que necessidades minhas serão atendidas com essa mudança?
- Que versão de mim mesma eu desejo construir nesse novo ciclo?
A resposta, muitas vezes, está no sentir.
Os pássaros em migração carregam uma bússola interna. A nossa bússola também existe — e se chama sentir.
Nossa bússola interna é emocional. O corpo sente antes de entender — e também avisa quando precisamos parar.
O corpo pede pausa (e a mente precisa escutar)
Falando em corpo: ele precisa de descanso.
Durante um processo de mudança, é essencial parar, se recarregar. E, para isso, é preciso escutar.
Li que algumas espécies de aves migram passando pelo México porque encontram por aqui o que precisam pra repousar: água fresca, alimento, sombra. Não sei bem se sombra — mas o resto, ah, isso tem de sobra.
E você? Durante o seu processo de mudança, parou pra descansar?
Eu parei — à força. Por uma questão de saúde.
Assunto pra outra hora. Mas já adianto: quando você não se escuta, o corpo grita.
E, sim, pode ser difícil se escutar com tanto ruído ao redor.
Pessoas, expectativas, inseguranças, os “e se”…
Voar em bando: A importância da rede de apoio na transição
Lembro da revoada: dentro daquela nuvem de pássaros, o som das asas batendo juntas deve ser ensurdecedor. Talvez eles não consigam se escutar — mas eles se guiam uns pelos outros.
Observam, seguem, confiam. Às vezes lideram, às vezes se deixam levar.
Talvez seja assim também conosco:
Nos permitir seguir adiante rumo ao nosso objetivo, sim — mas com espaço para perceber quem está ao nosso lado.
Quem nos apoia. Quem é referência. Quem segura nossa mão. Quem escuta a nossa história. Quem ri com a gente dos causos.
Por que nasceu a BienViver
A BienViver nasceu para isso: caminhar ao lado de outras mulheres em momentos de mudança e transformação.
Já fui o pássaro de trás, que precisava se deixar conduzir. E hoje quero estar ali — bem ao lado — para ajudar a ver o caminho, reconhecer o cansaço, e lembrar que é possível voar em bando, com leveza, presença e direção.
Está vivendo uma transição?
Se você é uma mulher em busca de clareza e direção em momentos de mudança — seja por expatriação, maternidade, carreira ou propósito — aqui é o seu lugar.
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